Seu cão experimenta um universo inteiro graças ao olfato, percebendo coisas que os seres humanos não conseguem ver.
Como não têm a visão muito aguçada, os cachorros usam o faro para processar informações do ambiente à sua volta, detectando objetos, pessoas e até doenças que um ser humano seria incapaz de perceber.
Para entender essa incrível habilidade, é preciso conhecer melhor sua complexa anatomia. Como possuem vias áreas distintas para respirar e farejar, podem perceber as partículas odoríferas que viajam pelo ar de forma específica e detalhada. É um processo contínuo, já que inalam e exalam o ar aproximadamente cinco vezes por segundo.
Assim, os cães conseguem reconhecer cada detalhe de quem cruzar o seu caminho: o que é, o que faz, onde está e para onde se dirige.
Enquanto um ser humano tem cinco milhões de receptores olfativos, os cães contam com centenas de milhões.
Dizem que, nós, seres humanos, somos os mais inteligentes do reino animal – mas essa afirmação pode ser bastante questionável.
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Esses receptores olfativos enviam as informações a uma região específica do cérebro (também mais desenvolvida que a do ser humano), onde os odores são processados e memorizados.
Quando passeiam pela rua, o nariz dos cães age como uma antena que os conecta com o entorno: eles podem perceber o cheiro de alguém que passa rapidamente pela rua ao lado dentro de um carro; o conteúdo do lixo do vizinho e até cada tipo de árvore, com todos os pássaros e insetos que a habitam.
Por isso, costumam reagir com ansiedade e excitação na hora de sair para passear: são muitos estímulos de uma vez só. É como se você abrisse a porta de sua casa e escutasse a todo volume uma orquestra, uma banda de rock e vários filmes simultaneamente.
Com o nariz, os cães também conseguem identificar um companheiro, um inimigo, o ciclo de ovulação das fêmeas, e até o estado de ânimo e a saúde dos humanos.
Graças ao órgão vomeronasal, localizado no osso vômer, entre o nariz e boca, eles podem farejar e interpretar os hormônios que todos os seres vivos liberam naturalmente.
Por essa razão, muitos cães são treinados para desenvolver a habilidade de detectar certos odores e trabalhar como “policiais” ou “médicos”.
Eles podem encontrar um corpo afogado a vários metros de profundidade no mar, reconhecer células cancerígenas simplesmente farejando o hálito de uma pessoa e até alertar quem sofre de diabetes quando a glicose no sangue atingir níveis perigosos – e ainda buscar a insulina, se for preciso.
A especialista em cognição animal Alexandra Horowitz explica que o melhor amigo do homem também pode viajar no tempo só usando o nariz. Não é magia nem ficção científica: seu olfato evoluído permite sentir o cheiro de pessoas e animais que já morreram e até reconhecer o que estavam fazendo e como se sentiam.
O futuro também está ao seu alcance, já que ao perceber os odores que viajam pela brisa ou pelo vento, conseguem detectar a aproximação de pessoas ou animais muito antes que possamos vê-los. Por isso, compartilhar a vida com um cachorro é uma experiência muito gratificante. Ao prestar atenção a um cão, o ser humano pode ampliar sua percepção e conhecer o mundo sob uma nova perspectiva.
Fonte: http://www.brasil.discovery.uol.com.br